Em 1990 o psicólogo
francês Alfred Binet foi solicitado para que desenvolvesse uma medida de
predição do sucesso escolar de crianças das primeiras séries. Dessa forma
surgiu o primeiro teste de inteligência. Tal teste tinha por finalidade geral
diferenciar crianças retardadas e crianças normais nos mais diferentes graus. Após
a I Guerra Mundial, onde o teste de Q.I (Quociente Intelectual) foi utilizado
para medir a inteligência dos soldados, tornou-se muito popular sua aplicação.
Com a popularização do
teste, propagou-se a ideia de inteligência nele inserida. A inteligência seria
única, estagnada, passível de ser medida quantitativamente. Os testes psicométricos
consideram que existe uma inteligência geral, nos quais os seres humanos
diferem uns dos outros, que é denominada g.
Esse g (fator geral) pode ser medido
através da análise estática dos resultados dos testes. É importante acrescentar
que tal maneira de encarar a inteligência ainda está presente no senso comum e
mesmo em muitas parcelas do meio científico.
Porém podemos observar
que durante todo o século XX, vários psicólogos e cientistas de outras áreas do
conhecimento fizeram fortes críticas aos testes de Q.I. Vygotsky, por exemplo,
identificou o erro no que diz respeito aos testes de inteligências abordarem as
zonas de desenvolvimento proximal de modo errado. Piaget trabalhava com tais
testes, mas a sua atenção era voltada para as linhas de raciocínio das
crianças, não para as respostas dadas. Estudando as respostas erradas e os
raciocínios que conduziam a elas, Piaget construiu parte de sua teoria. Ao criticarem
o modo como se media a inteligência, o próprio conceito de inteligência contido
em tais testes era também criticado.
Entretanto uma proposta
mais revolucionária surgiu recentemente através de Howard Gardner, psicólogo e
professor norte americano. A novidade dentro da teoria de Gardner é considerar
a inteligência como possuindo várias facetas. Tais facetas são ditas como
talentos, capacidades e habilidades e habilidades mentais; são chamadas de inteligências
na teoria das Inteligências Múltiplas, assim especificado.
Nesta perspectiva,
Gardner apresenta a teoria das Inteligências Múltiplas. Os testes de QI avaliam
apenas as capacidades lógica e linguística, capacidades que normalmente são as
únicas exigidas e avaliadas pelas escolas e, as capacidades mais valorizadas em
nossa sociedade escolar. Gardner pretende considerar também as outras
capacidades (inteligências), menos lembradas, para analisá-las em sua teoria.
Para selecionar quais
as inteligências que seriam trabalhadas em sua teoria foram utilizadas diversas
fontes: as informações disponíveis sobre o desenvolvimento normal e o
desenvolvimento do indivíduo talentoso; estudos sobre populações prodígios,
idiotas sábios, crianças autistas, crianças com dificuldades de aprendizagem, e
muitos outros fatores e características que são desprezadas ou não são tidas
como inteligências.
Em outros artigos irei
descrever as Inteligências Múltiplas, que foram totalizadas em oito no rol de inteligências
e especificar suas funções em várias áreas do conhecimento, mais
especificamente na área educativa.
Por: Carlos Fernando de
Oliveira Sousa
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