terça-feira, 30 de julho de 2013

Inteligências Múltiplas: A Origem da Teoria



Em 1990 o psicólogo francês Alfred Binet foi solicitado para que desenvolvesse uma medida de predição do sucesso escolar de crianças das primeiras séries. Dessa forma surgiu o primeiro teste de inteligência. Tal teste tinha por finalidade geral diferenciar crianças retardadas e crianças normais nos mais diferentes graus. Após a I Guerra Mundial, onde o teste de Q.I (Quociente Intelectual) foi utilizado para medir a inteligência dos soldados, tornou-se muito popular sua aplicação.

Com a popularização do teste, propagou-se a ideia de inteligência nele inserida. A inteligência seria única, estagnada, passível de ser medida quantitativamente. Os testes psicométricos consideram que existe uma inteligência geral, nos quais os seres humanos diferem uns dos outros, que é denominada g. Esse g (fator geral) pode ser medido através da análise estática dos resultados dos testes. É importante acrescentar que tal maneira de encarar a inteligência ainda está presente no senso comum e mesmo em muitas parcelas do meio científico.

Porém podemos observar que durante todo o século XX, vários psicólogos e cientistas de outras áreas do conhecimento fizeram fortes críticas aos testes de Q.I. Vygotsky, por exemplo, identificou o erro no que diz respeito aos testes de inteligências abordarem as zonas de desenvolvimento proximal de modo errado. Piaget trabalhava com tais testes, mas a sua atenção era voltada para as linhas de raciocínio das crianças, não para as respostas dadas. Estudando as respostas erradas e os raciocínios que conduziam a elas, Piaget construiu parte de sua teoria. Ao criticarem o modo como se media a inteligência, o próprio conceito de inteligência contido em tais testes era também criticado.

Entretanto uma proposta mais revolucionária surgiu recentemente através de Howard Gardner, psicólogo e professor norte americano. A novidade dentro da teoria de Gardner é considerar a inteligência como possuindo várias facetas. Tais facetas são ditas como talentos, capacidades e habilidades e habilidades mentais; são chamadas de inteligências na teoria das Inteligências Múltiplas, assim especificado.

Nesta perspectiva, Gardner apresenta a teoria das Inteligências Múltiplas. Os testes de QI avaliam apenas as capacidades lógica e linguística, capacidades que normalmente são as únicas exigidas e avaliadas pelas escolas e, as capacidades mais valorizadas em nossa sociedade escolar. Gardner pretende considerar também as outras capacidades (inteligências), menos lembradas, para analisá-las em sua teoria.

Para selecionar quais as inteligências que seriam trabalhadas em sua teoria foram utilizadas diversas fontes: as informações disponíveis sobre o desenvolvimento normal e o desenvolvimento do indivíduo talentoso; estudos sobre populações prodígios, idiotas sábios, crianças autistas, crianças com dificuldades de aprendizagem, e muitos outros fatores e características que são desprezadas ou não são tidas como inteligências.

Em outros artigos irei descrever as Inteligências Múltiplas, que foram totalizadas em oito no rol de inteligências e especificar suas funções em várias áreas do conhecimento, mais especificamente na área educativa.

Por: Carlos Fernando de Oliveira Sousa

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