A formação continuada deve apoiar os professores a repensarem e transformarem sua prática pedagógica para que todos os alunos aprendam cada vez mais. Para isso, apresentam-se abaixo cinco premissas de qualidade para construir um processo formativo eficaz. Todas essas premissas partem do pilar inicial de que as temáticas da formação sejam planejadas considerando as necessidades de aprendizagem e desenvolvimento dos alunos e dos professores
1 - MÉTODOS ATIVOS DE
APRENDIZAGEM.
As experiências de formação vivenciadas pelos
professores devem ser ativas, ou seja, é preciso possibilitar que os
professores também sejam sujeitos ativos de seu processo de aprendizagem e
desenvolvimento profissional. Aprender a ensinar envolve aprender a partir de
contextos reais, agindo e refletindo sobre eles, priorizando momentos que não
sejam apenas expositivos ou de palestra.
A literatura mostra que os professores se
engajam mais nas formações e conseguem aperfeiçoar ainda mais sua prática
pedagógica quando tratados como aprendizes ativos. Para que o professor consiga
relacionar o processo formativo diretamente com sua atividade em sala de aula,
é importante que o formador permita a ele vivenciar na formação algumas das
práticas e processos que se espera que ele promova em sua aula. Essa estratégia
de formação é conhecida como homologia de processos e possibilita ao docente
perceber na prática que ele e também seus alunos aprendem mais e melhor ao participarem
ativamente do próprio processo de aprendizagem.
Para isso, o formador pode conduzir ações
pedagógicas da maneira como é esperado que o professor realize em aula, além de
propor a reflexão sobre como e por que elas foram realizadas de determinada forma.
A aprendizagem ativa pode concretizar-se,
ainda, de outras formas:
i) a possibilidade de observar professores
especialistas e de ser observado, sempre com um foco de observação, dando ou
recebendo devolutivas pedagógicas do processo e refletindo sobre as estratégias
de apoio à aprendizagem;
ii) planejar como novos materiais e estratégias de
ensino, discutidos na formação, podem ser utilizados na sala de aula;
iii) analisar o trabalho dos alunos, suas ações,
expressões e interações para compreender melhor como se dá o processo de
aprendizagem de cada um e planejar estratégias de apoio que promovam melhores
resultados de aprendizagem; e
iv) coordenar discussões e realizar trabalhos
escritos que promovam a reflexão e o aprofundamento de conhecimentos sobre a
prática.
2 - FOCO NO
CONHECIMENTO PEDAGÓGICO E SUA RELAÇÃO COM O CONTEÚDO ENSINADO
Na formação continuada
na escola, é importante que o formador desenvolva os professores com relação a
seus conhecimentos pedagógicos (como gestão de sala de aula, planejamento de
aula, uso de avaliações formativas) e que os estimule a relacioná-los com o
conteúdo específico de seu componente.
Os docentes precisam ser formados para
aprenderem a definir com precisão quais são os conceitos e as habilidades a
serem aprendidos pelos alunos e também identificar os conteúdos que lhes causam
maiores dificuldades, buscando estratégias para melhorar o processo de
ensino-aprendizagem.
Os momentos de formação
continuada de professores na Secretaria ou com especialistas devem tratar da
compreensão de:
i) como os conteúdos de suas disciplinas
estão estruturados e articulados entre si; e
ii) como os estudantes aprendem esse conteúdo,
ajudando os educadores a encontrar maneiras eficazes de ensinar assuntos
específicos de forma que seus alunos possam aprendê-los.
A partir dessa análise, os docentes precisam
ser formados para saber identificar como melhor podem apoiar a aprendizagem de
cada aluno e do grupo como um todo. É preciso apoiar o professor no processo de
identificar a singularidade e os desafios do processo de aprendizagem de cada
aluno, desenvolvendo estratégias diversificadas de ensino que sejam inclusivas
e promovam a aprendizagem de todos os estudantes.
3 - PARTICIPAÇÃO
COLETIVA (TRABALHO COLABORATIVO)
É importante que professores da mesma escola,
etapa e/ou área de conhecimento participem juntos da formação, interagindo
entre si e com os formadores.
O trabalho colaborativo favorece que os
professores compartilhem experiências e práticas pedagógicas, dialoguem sobre
os desafios vivenciados na escola e construam uma cultura comum e inclusiva
sobre quais objetivos, dificuldades e soluções estão envolvidos no processo de
aprendizagem dos estudantes. Essa colaboração se torna ainda mais importante no
contexto de implementação dos novos currículos, que representam uma mudança
para todos os educadores.
4 - DURAÇÃO PROLONGADA
O processo de aprendizado não é linear e
depende de reflexão, mudança de práticas, interação e aprimoramento contínuo do
trabalho pedagógico. Por isso, as formações não podem ser apenas atividades
pontuais de um período ou um dia, mas precisam ser prolongadas, intensivas,
contínuas e permitir contato frequente entre os formadores e os pares para
compartilharem experiências e discutirem práticas e desafios.
Assim, as formações podem retomar conteúdos e
fornecer devolutivas sobre a prática docente, a fim de que as aprendizagens
sejam profundas e duradouras. Especificamente na escola, o contato recorrente
com a equipe gestora em seu papel de formação é um elemento fundamental para
proporcionar um processo formativo prolongado.
5 - COERÊNCIA
A proposta da formação
deve levar em consideração as políticas educacionais da rede, como o currículo,
o material didático e as avaliações da escola e externas, o contexto escolar
(Projeto Pedagógico e as prioridades da escola) e, principalmente, às necessidades
de aprendizagem e desenvolvimento dos alunos e dos docentes. Dessa maneira, a
formação pode ser construída com sentido para o professor, na medida em que
dialoga diretamente com suas necessidades e desafios profissionais.
FONTE:
MEC, CONSED, UNDIME E MOVIMENTO PELA BASE NACIONAL COMUM.
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