terça-feira, 7 de abril de 2015

História da educação: Educação Construída pelos Padres da Companhia de Jesus



Quando os colonizadores ocuparam essas terras, já habitadas pelos povos nativos, vieram com eles os padres da companhia de jesus e os padres das ordens religiosas com objetivos de evangelizar os nativos, catequizar, propagar a fé cristã, difundir valores, dogmas e princípios cristãos, introduzir o princípio do trabalho como instrumento de dignificação do homem e contribuir com a coroa Portuguesa no processo de colonização e de explanação das terras.
A idéia de que todos os homens devem trabalhar para o seu sustento e o de que todos os homens devem trabalhar para o seu  sustento e o da sua família, servir aos interesses dos padres jesuítas, que incutiam nos homens a obrigação de trabalhar duramente e produzir a riqueza e servir também aos colonizadores que aproveitavam para disciplinar os homens, as mulheres e as crianças, de acordo com as premissas do modo de produção capitalista.
A educação formal no Brasil começou em 1549, com a chegada dos padres da Companhia de Jesus. Esses padres no litoral brasileiro, criaram dezessete colégios, seminários e internatos e ofereceu quatro cursos: Elementos, Humanidades, Artes ou Ciências e Teologia e Filosofia, destinados à educação das elites, aos filhos de portugueses nascidos aqui, aos filhos dos fazendeiros e aos filhos dos senhores de engenhos. A educação ensinada  formava novos padres para continuarem os trabalhos missionários ou servia para preparar administradores locais. Eles aprendiam conteúdos humanísticos nos cursos de latim, de gramática portuguesa, de retórica e de filosofia.
Os jesuítas criaram também os aldeamentos e os recolhimentos destinados à catequese, à evangelização e à preparação de mão de obra, civilizando as tribos indígenas para que colaborassem na exploração da riqueza das terras. Por ordem da Coroa Portuguesa, os jesuítas celebravam os rituais religiosos nas aldeias, batizavam os nativos, ensinavam a estes a língua portuguesa, os costumes e o catecismo, além de força-los ao trabalho.
O projeto de colonização dos portugueses centrava-se nas capitanias hereditárias, nas sesmarias, nas grandes propriedades rurais, na utilização da mão de obra dos nativos e dos escravos e na exploração e apropriação dos bens naturais. Entretanto, um outro aspectro do projeto de colonização tratava de idéias, de valores morais e éticos, de comportamentos adequado e de verdades a serem difundidas por meio da estrutura social e da política transplantada de Portugal para a colônia.
Havia muitas diferenças entre a cultura dos portugueses, dos africanos escravizados e a dos nativos. Conflitos, divergências e contestações foram inevitáveis. Tribos indígenas inteiras foram dizimadas, outras se rebelaram e resistiram, e outras se aculturaram. Os portugueses posicionaram-se com seus superiores, senhores que sabiam a forma correta de se viver e de organização social e política. Era preciso mudar os hábitos e fazer com que os nativos assumissem comportamentos de civilizados. Logo, trataram de conhecer a língua das tribos indígenas para, em seguida. Impor a língua portuguesa como oficial, moldar condutas, negar as suas formas de organização, tradições, rituais e prazeres. Enfim, negar tudo a sua cultura.
A partir de 1550, os negros da África foram trazidos para o trabalho nos canaviais, na mineração e nos engenhos. As formas de resistência tanto dos índios como dos negros africanos foram duramente reprimidas.
Portanto, os processos de socialização e as práticas sociais decorrentes da colonização portuguesa, incluindo a institucionalização da escola, tinham como princípios a transmissão dos valores, a transplantação da cultura e da visão de mundo dos europeus e a evangelização católica dos povos conquistados.
Nesse cenário, a escola era necessária somente para alguns, uma vez que a intenção dos colonizadores era a dominação e a ocupação das terras sem despesas para a coroa. Os colégios, os seminários e os conventos criados pelos religiosos foram as primeiras escolas destinadas apenas a alguns.
Dentro dos colégios havia uma hierarquia das tarefas. Uns religiosos exerciam o ministério do sacerdócio, outros, irmãos missionários que fizeram os votos dedicavam – se às tarefas nos teares, na agricultura, na hortaliças e na pecuária. E, à medida que o patrimônio da companhia crescia, foram agregados os indígenas e em seguida, os africanos como trabalhadores braçais nos afazeres domésticos e na rotina dos trabalhadores no campo.


Por: Carlos Fernando

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