Nossa
capacidade de aprender está relacionada ao que retemos em nossa mente alguma
informação. E esta é facilmente processada na memória de maneira não verbal,
daí a importância do uso de gráficos no aprendizado eletrônico.
O tipo
de comunicação ou uso instrucional é que determina a seleção ou a criação de
gráficos para compor uma solução educacional multimídia.
Para
analisarmos um gráfico devemos compreender o que é a superfície, cuja característica
define o seu uso no aprendizado eletrônico. A superfície diz respeito à aparência
dos gráficos e a forma como eles são criados. Em termos de recursos visíveis,
os gráficos podem ser estáticos, como as ilustrações ou dinâmicos como os vídeos.
Lembramos que a funcionalidade em termos comunicacionais e psicológicos é que
determina a efetividade na aprendizagem.
Vamos
fazer uma descrição dos gráficos, conforme sua superfície, sua função
comunicacional e nos eventos de aprendizagem. No que refere aos gráficos, de
acordo com sua superfície, podemos citar a fotografia, onde a imagem é
capturada usando tecnologias fotográficas ou digitais. A captura de uma tela de
computador e fotos de pessoas em situações de trabalho são exemplos do uso
desse recurso. Já um exemplo de gráfico dinâmico, podemos citar a realidade
virtual, um mundo interativo tridimensional que muda dinamicamente conforme o
usuário se movimenta.
Os gráficos
possuem funções comunicacionais, que podem ser decorativos, representacionais e
interpretativos. Os gráficos decorativos motivam apelando para a estética ou o
humor. Podem ser usados em abertura de capítulos, em unidades de estudo.
Os gráficos
representacionais, representam pessoas, objetos ou eventos de modo realista. Podem
ser apresentados em diversas superfícies, incluindo fotografia e ilustração, e
oferecem uma referência concreta para tornar a informação verbal mais fácil e
significativo. Os gráficos representacionais são apropriados para apresentar
conceitos concretos e informação factual.
Uma outra
função comunicacional, são os gráficos organizacionais. Mostram relações
qualitativas entre fatos, conceitos e princípios e orientam o aluno em uma
estrutura e sequência de conteúdo. São usados em manuais e textos de instrução
direta para explicar procedimentos, atributos e conceitos. Quando se utiliza um
mapa de aulas em um curso, está sendo utilizado este recurso.
Os gráficos
relacionais, transformam informação numérica em informação visual exibindo
relações quantitativas entre duas ou mais variáveis, sejam elas fatos,
conceitos ou princípios. Por exemplo, os gráficos de barra e de pizza mostram o
uso desse recurso.
Os gráficos
transformacionais, mostram mudanças em procedimentos, processos e princípios ao
longo do tempo ou espaço, comunicando movimento. Em geral, são usados em
combinações com ilustrações. Por exemplo, gráficos que descrevem linha do
tempo, representa o uso deste gráfico.
Os gráficos
interpretativos, permitem entendimento de conceitos, processos ou princípios abstratos,
invisíveis ou ambos. Não precisam incluir necessariamente simulações ou complexos
recursos de superfície. Por exemplo, quando utilizamos uma analogia entre o
coração e uma bomba d’agua, estamos fazendo uso deste recurso.
Os gráficos
também podem contribuir diretamente para os eventos de aprendizagem. Por exemplo,
para apoiar a motivação, gráficos que tornam o material interessante e, ao
mesmo tempo não sobrecarregam a aprendizagem. Um outro uso, seria para ativar
ou construir conhecimento prévio, gráficos que evocam modelos mentais
existentes ou que oferecem um panorama do conteúdo para aquisição de novas
informações. Um exemplo, seria um gráfico que mostra a analogia visual entre o
novo conteúdo e conteúdos antigos.
A utilização
dos gráficos no aprendizado eletrônico, é uma das funções do responsável pelo
design de conteúdos multimídia, que dependendo do contexto instrucional poderá
ser um professor, pesquisador ou profissionais especializados no assunto do
curso.
Por:
Carlos Fernando
FONTE:
FILATRO, 2008.
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